Entre os escritores latino-americanos, Juan Rulfo é um dos únicos unânimes, um dos mais admirados e o que menos escreveu. Mexicano, falou sobre a realidade do interior do México, da zona rural e das pequenas cidades do país, situada em áreas rurais. Escreveu um livro de contos e um romance, ambos considerados marcos literários importantes na escrita da América Latina.
Seu romance “Pedro Páramo” fala, sob vários pontos de vista, da cidade de Comala, em Colima, seus habitantes e sua relação com Pedro Páramo, o caudilho local. Em “Chão em chamas”, os contos retratam diversas situações e conflitos, também ocorridos no interior seco e quente do México, bastante marcado pelo atraso e pela exploração social, sendo uma parte da sociedade mexicana mais violenta que suas zonas urbanas.
Neste contexto, cria e fala sobre a região, a caracterizando de tal forma ao mesmo tempo em que consegue trazer características humanas caras, marcadas pelo contexto e pela maneira como humanos são. Tais formas refletem estes pontos humanos e como se relacionam ao contexto em que estão, formando personagens e histórias.
Rulfo dominou como poucos esta capacidade de criar estes momentos e estas narrativas, conseguindo atingir tais formas com uma maestria singular mesmo em nível mundial, sendo um autor inimitável. Nos dois livros que escreveu e publicou, marcou profundamente o pensamento e a arte da América Latina ao revelar algumas de nossas características mais autóctones, como somos. Assim fazem sua arte, com todas suas melhores e mais fortes características. O artista revela o que há de mais belo e profundo na sociedade que vive.
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