O avanço das tecnologias de streaming está mudando o comportamento das famílias brasileiras, enquanto o acesso à TV por assinatura cai significativamente. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada pelo IBGE, apenas 25,2% dos domicílios ainda possuem TV paga, uma queda expressiva em relação a 2016, quando o serviço estava presente em 33,9% dos lares. Em contraste, o streaming de vídeo está presente em 42,1% dos domicílios com televisão, embora tenha havido uma ligeira queda em termos percentuais desde 2022.
O estudo também apontou que 64% dos entrevistados indicaram a falta de interesse como principal motivo para não assinar TV fechada, invertendo uma tendência anterior em que o custo elevado era o maior obstáculo. Além disso, a proporção de famílias que substituem a TV por assinatura por serviços de vídeo online cresceu para 9,5% em 2023, refletindo a preferência por conteúdos sob demanda, como filmes e séries, acessíveis por plataformas de streaming.
A pesquisa revelou, ainda, uma desigualdade regional no acesso ao streaming. Enquanto quase metade dos lares no Sul (49%), Centro-Oeste (48,2%) e Sudeste (47,6%) possuem assinaturas de streaming, no Norte e Nordeste os percentuais são significativamente menores, com 37,5% e 28,2%, respectivamente. A diferença está diretamente ligada à renda, com as famílias que têm acesso ao serviço de streaming apresentando um rendimento médio mensal per capita mais que o dobro das que não utilizam essa tecnologia.
Além da ascensão do streaming, a Pnad mostrou que 88% das famílias brasileiras ainda possuem sinal de TV aberta, seja digital ou analógico. Entre os domicílios que utilizam antenas parabólicas, 52,3% estão nas zonas rurais. No entanto, as grandes antenas parabólicas analógicas estão em declínio, devido à interferência do sinal 5G e à política pública que promove sua substituição pelas mini parabólicas digitais.
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