Um assunto que está bastante em pauta agora no Brasil é a situação do X, antigo Twitter. Quando foi comprado por Elon Musk, num primeiro momento não se sabia exatamente o que queria ele com esta compra. Agora vemos que era uma jogada política, para mexer e desestabilizar países, leis e locais. Nas quais consegue dar vazão e ajuda para aliados políticos. No caso do Brasil de maneira muito direta e manifesta foi possível ver isto. Já pegando uma tensão política pré existente baseada na oposição entre um institucionalismo que reúne a esquerda, alguns grupos mais liberais e alguns que gostam desta linha institucional contra o golpismo bolsonarista, resolveu ele usar seu poder e influência pondo mais lenha na fogueira, no caso apoiando os golpistas.
Já é uma atitude bastante esperada do bilionário, que fornece apoio para a extrema direita em diversos locais, além de já ter dito, durante o golpe na Bolívia de 2019 que eles, EUA, golpeariam quem quisessem. O que mostra tanto a inclinação e sordidez de bilionário poderoso, que manipula ou tenta manipular a política e as situações da maneira que quer quanto o poder político dos EUA, que manda e desmanda em boa parte do mundo, na América Latina em particular. E agora, já tendo as tensões geradas pela não aceitação do resultado das eleições de 2022 por parte dos bolsonaristas, tendo ações do STF para prevenir escalação e um repúdio civil por diversas destas ações, Musk resolveu como parte de um processo da extrema direita sendo feito no mundo inteiro, usar o X para fazer esta política e por lenha na fogueira. Usando desta arma, está tanto mobilizando quando dando mais espaço para este espectro político.
Em termos de operação, após se recusar a cumprir algumas decisões judiciais, a qual o STF não recuou, aplicou a técnica de querer tirar o representante legal da empresa no Brasil. A rede social continua funcionando no país, porém sem uma representação. O que já a torna um tanto a margem da lei, uma vez que sem isso não pode responder a processos, decisões e medidas tomadas por aqui. Qualquer caso, processo ou decisão que for feita ela não teria como responder. Em resposta, o STF, encabeçado pelo ministro Alexandre de Morais, de exigir em 24h que fosse colocado novamente um representante no Brasil, ponto básico da lei para se ter as devidas responsabilidades jurídicas e operar dentro de um país. Pois assim se garante a soberania e o poder neste mesmo país. Algo que outras redes sociais concordaram e fizeram se adequando. Elon Musk, como provocação política, se recusou, provocando que a rede seria retirada do ar por este não cumprimento, assim criar uma imagem de suposta censura nacional. Está ainda neste limbo situacional.
Tal situação mostra a disposição e a ideia dele de interferir no Brasil, dando força e pendência ao bolsonarismo, novamente puxando as questões golpistas envolvidas. O que está bem jogando com a questão brasileira, pois já cumpre regras em vários outros países sem reclamar. Aqui tenta se colocar como uma peça que puxará este contexto e o desmoronamento institucional de novo, com os riscos envolvidos. Pois tendo esta base, irá sempre buscar colocar mais lenha na fogueira para ver se consegue tais espaços e tais poderes. O Brasil, via STF, em princípio não está cedendo às suas chantagens, mostrando ainda uma capacidade de manter uma força e de conter algumas manifestações e declarações golpistas que causam riscos a democracia brasileira. A lenha Elon Musk continuará colocando, mas o cuidado e o jeito para agir terão de serem bons e bem feitos.
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