Agora em 2024, mais do que outras vezes, a eleição para a cidade de São Paulo. Embora chame a atenção em outras eleições, por ser a maior cidade brasileira, agora teve mais fatores que chamaram a atenção. Primeiro temos aquele que pode ser a próxima figura da extrema direita brasileira ou ao menos ter uma forte e considerável influência sobre esta, que é o ex coach e estelionatário Pablo Marçal. No contexto desta eleição, é o candidato que ainda não possuía uma figura política, que ainda não era figura conhecida de eleições anteriores, usando isto de maneira política, para mais uma vez pegar para si esta imagem de alguém externo da política, que virá de fora e mudará o sistema, dado ideológico forte no bolsonarismo e em algumas vertentes da extrema direita que começam a ter alguns ranços do bolsonarismo.
Neste momento, é interessante falar sobre os candidatos a prefeitura da capital paulista. Como principais figuras têm Maria Helena (NOVO) Ricardo Nunes (MDB), Tabata Amaral (PSB), Guilherme Boulos (PSOL), José Luiz Datena (PSDB) e Pablo Marçal (PRTB). São estas figuras que desfilam por alguns espectros e manobras políticos. Pensando no atual prefeito, Ricardo Nunes, este foi eleito na onda bolsonarista, com algumas ajudas de uma questão sistemática mais profunda, na qual ele será uma figura leve, sem grande poder e visão, sendo apenas funcional. O que valeu para forças políticas e econômicas investir em sua eleição, trazer com mais força esta figura, que é a continuidade do jogo político bolsonarista, sem a parte mais radical discursiva deste.
Tabata Amaral e Maria Helena, além de serem as mulheres na disputa, possuem uma proximidade pelo fator liberal, ambas usando bastante o discurso, bastante hegemônico em alguns setores da sociedade brasileira, de que o estado brasileiro é muito inchado, gasta muito e isso seria a origem dos problemas sociais brasileiros. Maria Helena o utiliza com mais força que Tabata, a qual ainda fala em algumas vagas propostas sociais, o colocando como uma ideia mais forte. Este é algo que tem algumas forças políticas com alguns setores, mas um pouco menores, com pouca força política efetiva.
Em relação a Guilherme Boulos, temos como principal fator, a representação da esquerda na disputa pela prefeitura. Sendo ele alguém que ficou famoso como uma das lideranças do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), lutando por uma pauta importante originada por uma grave contradição brasileira, que é a falta de moradia. Por anos tendo sido ativista da causa, atuando em ocupações e fazendo tais ações, ainda com este estilo concorreu a presidência em 2018. De lá para cá, mudou o discurso, se afastou um pouco desta figura e ficou um jeito mais moderado, tendo se eleito deputado. É um ativista, tendo formas diversas de ação.
Focando um pouco em Datena e Marçal, este último se destacou por ser uma figura da provocação, da desmoralização, já uma tática muito usada pela extrema direita. Em si é uma figura sem proposta, mas fica usando esta tática para ter algumas forças e ações políticas, apelando para a moralidade, tendo um passado de roubos e golpes. Datena, como figura da TV, de programa de notícias, famoso por seu jeito agressivo de dar as notícias, foi para a política como uma maneira de ter um pouco de poder, aparecer mais. Juntando estes, a provocação de Marçal e o jeito mais agressivo de Datena tiveram-se o momento mais marcante, que foi, após a provocação do primeiro, o segundo lhe deu uma cadeirada. Que chamou a atenção nacional e teve alguns impactos políticos na direita brasileira.
Olhando tal situação, é visível o quanto que há ainda o contexto da direita variando entre o tradicional discurso liberal de Tabata e Maria Helena e o suposto fator anti sistema colocado em Marçal. Também certa política da direita continuísta, em Ricardo Nunes. Uma leve proposta de esquerda em Boulos que traz alguns projetos e ideias na máquina pública liberal burguesa. E Datena como figura um pouco dispersa na direita. E o ponto estético alto sendo a cadeirada de Datena em Marçal. A política continua sendo assim, o sistema político se mantendo, usando discursos e ideias que vem vindo, recorrente.
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