Um novo levantamento do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), divulgado nesta segunda-feira (23), revela o rápido aumento dos dias extremamente quentes no Brasil, com impacto direto na saúde e bem-estar de crianças e adolescentes. Comparando a década de 1970 com os anos de 2020 a 2024, a média de dias com temperaturas acima de 35°C subiu de 4,9 para 26,6 ao ano. Esse aumento, aliado à intensificação das ondas de calor, que duram três dias ou mais, ameaça a segurança alimentar, hídrica e a saúde das crianças.
As consequências das mudanças climáticas afetam com maior intensidade os jovens, especialmente os de famílias mais vulneráveis. Ondas de calor, secas e enchentes agravam problemas como desnutrição, doenças transmissíveis, e interrompem serviços essenciais como educação e saúde. Segundo Danilo Moura, Especialista em Mudanças Climáticas do Unicef, esses impactos são ampliados por desigualdades socioeconômicas, atingindo desproporcionalmente crianças e adolescentes de minorias étnicas e socioeconômicas.
Diante desse cenário, o Unicef faz um apelo aos candidatos às prefeituras nas Eleições 2024 para que adotem medidas voltadas à resiliência climática. A organização sugere a implementação do Protocolo Nacional para Proteção Integral de Crianças e Adolescentes em Situação de Desastres, visando preparar as cidades para eventos climáticos extremos e adaptar a infraestrutura e os serviços públicos às novas realidades climáticas.
O tema faz parte da agenda “Cidade de Direitos – Cinco prioridades para crianças e adolescentes nas Eleições 2024”, apresentada pelo Unicef. Entre as medidas sugeridas, está a urgência de adaptar os municípios para resistirem aos efeitos das mudanças climáticas, com foco nas necessidades específicas de meninas e meninos, garantindo que seus direitos sejam protegidos e suas vulnerabilidades, minimizadas.
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