O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) aponta que o Brasil está vivendo um dos anos mais críticos em relação a queimadas, com um aumento expressivo de focos em todas as regiões do país em comparação a 2023. Dados do Programa Queimadas indicam que o Centro-Oeste se destaca negativamente, com três estados na liderança desse crescimento: Mato Grosso do Sul, que viu uma elevação de 601% nos focos; o Distrito Federal, com alta de 269%; e Mato Grosso, com um aumento de 217%, tornando-se o estado com o maior número de focos de queimada no Brasil em 2024.
Mato Grosso, que registrou 45 mil focos neste ano, ultrapassou o Pará no ranking nacional, com números alarmantes especialmente em setembro, quando o estado foi responsável por 23,8% de todos os focos no país. O Pará, que também sofre com queimadas severas, contabilizou 17.297 focos no mesmo mês, representando 21,2% dos registros nacionais. Essas estatísticas reforçam a gravidade da situação e colocam 2024 entre os anos mais críticos da última década.
Outras regiões também registraram aumentos expressivos. No Sudeste, São Paulo apresentou um crescimento de 428% em setembro, com 7.855 focos ativos, enquanto o Rio de Janeiro teve uma alta de 184%, com 1.074 focos. Em São Paulo, as queimadas se concentraram em setembro, e a Defesa Civil estadual relatou que, em apenas 48 horas, foram registrados 65 focos, com esforços de combate intensificados em áreas críticas como a Estação Ecológica do Jataí, no município de Luiz Antônio.
Desde 2010, o Brasil não registrava números tão elevados de queimadas como os de 2024, que já acumula mais de 208 mil focos até o momento. A tendência é que o país se aproxime da marca de 300 mil focos, algo que não ocorre desde 2010. Em setembro, o aumento foi de 311% em relação ao ano anterior, superando a média histórica de focos de queimadas. Mesmo com uma possível redução nos últimos três meses do ano, 2024 já figura como um dos piores anos para queimadas no Brasil.
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