A Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) anunciou, nesta terça-feira (1º), a proibição do uso de cartões de crédito para pagamentos em apostas e jogos online. A decisão, que estava prevista para entrar em vigor em janeiro de 2025, foi antecipada pela entidade como parte de uma estratégia para combater o superendividamento da população e os riscos associados ao crescente número de apostadores no país. Segundo a Abecs, a participação dos cartões de crédito nesse segmento é mínima, representando menos de 1% das transações financeiras relacionadas às bets.
A medida é uma resposta à preocupação com o impacto que o endividamento causado por apostas online pode ter sobre o consumo no varejo e nos serviços. A entidade destacou que, apesar de o cartão de crédito não ser um dos principais meios de pagamento nas plataformas de apostas, a proibição é um passo importante para prevenir o acesso a linhas de crédito nessas operações. A Abecs ainda defende que outras formas de crédito atreladas ao Pix, como o cheque especial, também sejam barradas no pagamento de apostas.
O vice-presidente da Abecs, Ricardo Vieira, destacou que o Pix financiado tem se tornado um dos maiores vetores de endividamento no Brasil, especialmente no segmento de apostas online. A facilidade de acesso a crédito imediato via Pix é vista como um risco, já que muitos consumidores estão utilizando essa modalidade para realizar apostas, o que pode contribuir para o aumento de dívidas. “O Pix financiado está cada vez mais atrelado a linhas de crédito, como o cheque especial, o que traz preocupação sobre o efeito cascata no endividamento”, explicou Vieira.
Com essa decisão, a Abecs espera reduzir os riscos de endividamento da população e proteger os consumidores de problemas financeiros causados pelas apostas. A medida, alinhada com as políticas do governo federal, busca fomentar um ambiente mais seguro para o uso de crédito no país e incentivar o consumo consciente. A entidade segue em discussão com outros setores para ampliar o alcance dessas medidas preventivas.
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