O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (24) que propôs ao Brasil a extensão do mandato da ex-presidenta Dilma Rousseff como presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), banco dos Brics, por mais cinco anos. A proposta ocorre em um momento em que o Brasil exerce a presidência do G20 e se prepara para assumir a liderança do Brics no próximo ano. Putin expressou preocupação com a situação atual da Rússia, que enfrenta desafios significativos devido à guerra com a Ucrânia, enfatizando que a liderança russa no banco poderia complicar a gestão da instituição financeira.
Durante uma coletiva de imprensa após a 16ª Cúpula dos Brics em Kazan, Putin explicou que não deseja transferir os problemas associados à Rússia para instituições que são essenciais para o desenvolvimento dos países membros do bloco. Ele destacou a necessidade de focar nas questões internas da Rússia sem afetar a operação do NDB. A decisão de estender o mandato de Dilma Rousseff também reflete a dinâmica de rodízio entre os membros do Brics, onde cada país é responsável por indicar o presidente do banco para mandatos de cinco anos.
Dilma Rousseff assumiu a presidência do NDB em março de 2023, sucedendo Marcos Troyjo, que foi indicado pelo governo anterior. Desde então, Rousseff tem se dedicado a ampliar os investimentos do banco, que atualmente financia cerca de 100 projetos, totalizando aproximadamente US$ 33 bilhões. A ex-presidenta enfatizou a importância de aumentar os financiamentos em moeda local e fortalecer a autonomia financeira dos países do bloco e do Sul Global, uma estratégia que ela acredita ser crucial para atender às crescentes necessidades de investimento dos membros.
Durante a cúpula, Rousseff reforçou seu compromisso em garantir que o NDB não apenas financie projetos soberanos, mas também iniciativas do setor privado, uma abordagem que visa diversificar as fontes de investimento e aumentar a eficácia do banco. A proposta de Putin para a continuidade da liderança brasileira no NDB, portanto, não apenas solidifica a posição de Dilma Rousseff, mas também pode contribuir para uma maior estabilidade e previsibilidade nas operações do banco, em um contexto geopolítico tumultuado.
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